Flui a alma no ir e vir do amor...

Pressinto que na minha vida,

algo inexplorado flui de mim,

silencio, deixo-me envolver,

desejo alado de um serafim,

dono da minha alma ferida,

dono do meu último poetar,

marcado pela dor do desafio,

falar para quê?, ouvir o quê?,

a dor que espalha os gemidos,

pelas esquinas num esgueirar,

invisível de um olhar perdido,

falar para quê?, ouvir o quê?,

já não tenho vontade de falar,

tudo flui no ir e vir, no ir e vir,

feito o oceano feliz e comovido

a espera de um novo ressurgir.

Qual é o motivo deste ir e vir?

É um desejo de amar de colorir

os amantes no papel a sorrir.

Desejos fortes, desejos carnais,

deflorados pelas malidicências,

das camufladas e falsas alegrias!