A Saudade e A Mulher

É da natureza do homem

A tristeza que o consome.

E é na força da mulher

Que repousa a sua fé.

Se as trombetas soam ao longe

Sobre o rio fazem baixar a ponte

Para que em segurança a caravana estanque

Quando de volta ao leito

O guerreiro apressa estar

É em decúbito com a amada

Que delira, em sonho, ficar.

Nas labutas do sertão

Com flor na orelha

A mais cheirosa e bela espera

É a morena que tantos mimos merece

E nos braços de tal divina espécie

O cangaceiro da peleja esquece.

A nau no horizonte se vai

Saudade no peito se traz

Devora a alma do descobridor

E da jovem dama da corte

Sua imagem se inverte em dor.

Ao poeta só resta as letras

Das letras apenas tinta,

E a tinta em borrão encobre

O medo, que em seu peito o órgão encolhe.