O ser no saber

Vejo pequenos furos surgindo nesta caixa.

Jaz escura há muito tempo.

Traz consigo feixes de luz

Que me incomodam sobre maneira os olhos,

Desconforta-me o coração.

Sinto trêmulas, também, as minhas mãos,

Que gotejam pequenas gotas de suor

Na ponta de cada dedo.

***

Penso cerrando os olhos

Atreve-se alguém a me incomodar?

Ao mesmo tempo em que me vejo um passo à frente dar.

Recuo temeroso para trás, mas um pensamento novo surge

Como uma voz e me diz: Vás

Mas logo me assusto

Pois já não são mais furos e sim rasgos

Que se dissipam a minha frente.

***

Fico nas pontas dos pés

De olhos estatelados

Porque não há mais feixes sob a escuridão

Mas, sim, pequenas sombras que ainda pintam o chão

De cor cada vez mais clara e fraca, quase que sumindo.

Junto ao medo que a pouco fazia suar as minhas mãos

E acelerar meu surpreendido coração.

***

Assim vejo o mundo que me abre

E sinto emoções ainda desconhecidas

Dentro de minha caixa ignorante.

Perdidas entre tantas outras

Que ainda estão trancadas e amontoadas

Confortáveis com um vazio e muita escuridão

Em silencio sem saber da luz do saber.

***

Vejo cores, flores. Sinto o cheiro

Novos sabores, algumas dores.

Mas não desespero.

Danço o ritmo. Canto a musica. Refaço a cena

Sou ator e trovador.

De aprendiz a professor

Pois me permito o ser.

Eduardo Magalhães
Enviado por Eduardo Magalhães em 25/04/2013
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