Aprendi a Viver
Meu grande medo, meu maior choque,
Foi quando minha bolha estourou.
Sim, ela não podia me carregar,
Me suportar e andar comigo por toda vida,
Se assim fizesse, eu sofreria muito mais.
Quando ela estourou fiz de conta que nada mudara.
Mas eu estava apenas tentando me enganar.
E foi quando eu percebi que onde há flores, há também espinhos.
Que nem toda água é doce,
Que nem todo pássaro é belo, meigo, inofensivo...
Vi que os contos de fadas era brincadeira,
Que o sorriso no rosto de todos nem sempre era espontâneo,
Que as pessoas não era verdadeiras,
Que não há um pote de ouro ao fim do arco íris,
E as nuvens não eram feitas de algodão doce.
Vi que nem sempre a brisa é calma e fresca,
Que nem sempre a boa tempestade vem para irrigar a plantação,
Mas pode vir também para devastar tudo.
Vi então que eu estava crescendo, sofrendo, aprendendo...
Vi que eu estava só, e que quem batia e minhas costas e chamava-me amigo,
Não me apoiava, não me ouvia desabafar, não me ajudava quando eu precisava.
Vi que tudo isso me doía!
Vi que nada era da forma que eu imaginava,
E que minha utopia era melhor que tudo aquilo!
Vi então que eu sofria,
Entendi então que vivia!
Sim, eu estava aprendendo a viver.