Alucinação
Ei-la que surge deslumbrante
E senta-se no banco da praça
Convida-me para acompanhá-la
Sento-me ao seu lado, silêncio.
Ela veste um longo vestido branco,
Tem os cabelos caídos sobre os ombros;
Nos olhos um fulgor incomparável
E nos lábios um desejo insaciável.
Seu riso traduz o momento
Tudo está perfeito – diz a lua
Passeando pela linha do horizonte
Retratando a raridade do instante.
Saímos abraçados. As pessoas olham
E seguimos lentamente pela rua
Era noite de março me disseram
Por isso não vi flores a espreitar.
Chegamos à porta de sua casa
E perguntou-me se não ia beijá-la
Quando o fiz acordei contrariado
Abraçado ao travesseiro em meu leito.