A Ilíada

Eu sei que deveria, mas não consigo reter

a lágrima que choro por Heitor, "o domador de cavalos".

A mesma lágrima que nunca não consegui sustar

por homens que são apenas homens

e que caem esmagados pelo peso de Aquiles deuses.

O choro pelo comuns, pelos vulgares Fabios de tantos nomes,

desprovidos da pomposa glória do Olimpo de Zeus.

O pranto pelos que me são iguais, cuja Tróia de todo dia,

custa-nos a morte repetidas mil vezes.

A morte miúda e ainda assim tão amarga.

Mortes de "Heitores" cujos corpos perdem as almas

por indevidos atos de tantas Helenas e tantos Páris.

A morte de nossas Cidades-Pátrias-Casas,

violadas por Gregos Cavalos de Odisseu

no útero da frágeis muralhas

que Homero ainda nos permitia.

A morte do homens

que choram por si.

Referência à obra "A Ilíada" de Homero.