Agridoce: Eu e o mar

Num dia maluco

O mar de Santos resolveu visitar a capital

Encheu tanto sua maré

Que conseguiu chegar.

Subi nos telhados

De início, apavorada

Com a velocidade de sua chegada

Mas dedinho por dedinho, coloquei o pé inteiro.

Não bastou um pé, ele seduzia-me para pôr o outro

Não bastaram os pés, ele quis as pernas

Não bastaram as pernas, ele quis o corpo

Não bastou o corpo, ele quis o coração.

Caí numa imensidão sem fim

Ele era sal e eu doce

Nunca imaginaria me fazer viva

Algo tão distinto de mim.

Formamos um agridoce incomparável

Através de nossas diferenças

Tornarmos algo tão bom...

Tão bom...

Com o passar do tempo,

Notei que o respirava

E o mundo externo parecia distante

Como se tudo o que precisasse estivesse ali.

Mas antes que pudesse dizê-lo

A benevolência e paz que trouxe a mim

Sua maré baixou

E pouco a pouco, nossa dança entre ondas, acabou.

Antes daquele dia anormal

Não tivera a oportunidade de conhecer o mar

E bastou uma visita fora do normal

Para eu me... gostar tanto dele.

Lu A
Enviado por Lu A em 20/05/2013
Código do texto: T4300589
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.