Respostas sem perguntas. Poetas, Palavras...
Quem são esses que ainda contam estrelas?
Comovidos com o cantar dos pássaros azuis
A inventarem circos, e fazer teatro do tudo,
Que voa, canta, anda, suspira, fica taciturno,
Trajando de todos desse e d’outros mundos
Urdindo poesias, prosas, e versos dourados,
Versos brancos, verso errado, verso heroico...
Versos livres, versos solto e de pé quebrado.
São poetas, àqueles a ressuscitarem palavras...
Sublevadas, dos precipícios e embalsamadas.
Verbos seduzidos, avantesmas acabrunhadas,
Que libertos imergem em fontes os desertos!
Enflorando aos ermos daninhos e fustigados.
Porque a palavra é uma força viva que vive...
Não se pode deter em sítios isolados da alma
Ou mesmo na singela alvura da frígida página.
Assim, vigem verdades conhecidas e mentiras,
E o poeta, coração dilacerado, é um fingidor...
Na vida, trovador, da resposta sem perguntas,
Gorjeia qual um pássaro, chora sem sentir dor.