MINHA CASA

ainda me lembro do dia

em que perdi a inocência

e comecei a conhecer a poesia.

(foi numa aula de ciências)

me rasgaram sem anestesia:

“todo ser vivo nasce, cresce,

se reproduz e desaparece”.

a morte, eu há muito conhecia,

mas dito daquela maneira

era meu primeiro banho de água fria.

depois veio a adolescência:

um mundo completamente novo

de medos, paixões e carências.

a poesia virou de vez meu estofo

e as dores se reduziram a ardências.

mortes e medos, continuaram todos,

porém agora bem menos violentos.

aprendi: faça bom ou mau tempo,

corro, abro as portas da poesia

e logo me refugio lá dentro.

MARCELO MOURÃO
Enviado por MARCELO MOURÃO em 05/06/2013
Código do texto: T4326413
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