LA DOLCE VITA

dedos, lápis, leme, barco.

palavras e pássaros na praia

observam tudo o que faço.

liberdade inventa escadas

se corro com pés descalços.

imaginação solta,

a inspiração voa.

me sinto ébrio e grávido

de tudo aquilo que guardo

e ainda não falo

por saber que palavras

não são meu retrato exato.

papel, caneta, ilha, náufrago.

frações de mim se procuram,

mas nem sempre se acham.

sou o vão entre ideia e ação,

entre cegueira e razão.

infância solta,

alegria voa.

piloto uma nave sem motor.

e faço questão de acreditar

que sou bem maior do que sou.

porque poesia se faz em vida,

morte é o que o poema calou.

MARCELO MOURÃO
Enviado por MARCELO MOURÃO em 05/06/2013
Código do texto: T4326415
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