RENASÇO

Ouço o silêncio que fala…

Envolto na penumbra das palavras

Acordo o som que me atormenta

E me castra os sentidos

Vejo nascer o Sol, por entre a bruma

Rasgo horizontes ofuscados

Pelo tédio, e melancolia

Liberto-me da lama

E das areias movediças

Grito no deserto da multidão

Que me envolve, e me asfixia

Renasço do silêncio

Do barulho do nada

Que se imobiliza

Que não se vê, que não se ouve

Que não sente…

Desnudo-me do marasmo em que existo

Renasço das cinzas…da minha morte.

Mário Margaride
Enviado por Mário Margaride em 02/04/2007
Código do texto: T435322