A flor e o vento

Esther Ribeiro Gomes

-Ah, vento, por que me castigas tanto?

Passas sem dó arrancando minhas pétalas

e eu definho, triste, a soluçar,

pensei que soubesses me amar...

-Perdoa-me, querida flor,

quem disse que não te tenho amor?

Mas eu preciso soprar para amenizar o calor,

conduzir os barcos em alto-mar,

renovar as folhas das árvores

e os verdes campos refrescar!

-Então, por que não sopras uma suave brisa?

Alegro praças e jardins, sou muito desejada,

ofertada com carinho aos enamorados,

deixo a vida mais romântica e perfumada,

eternizando os laços de amor,

pincelando a natureza de cor!

-Sei que és única, querida flor,

mas sabes que tua vida é breve,

nasceste para perfumar o amor,

és o símbolo da paixão,

trazes alegria ao coração!

E quando, enfim, despetalares,

um lindo botão vai desabrochar,

para toda gente encantar!

-Tens razão, amigo vento,

Deus criou a natureza com sabedoria,

nada sobrevive ao passar do tempo...

Aqui viemos para espalhar alegria,

tornando o viver mais leve

e embora minha vida seja breve,

aspergirei meu perfume,

para aqui deixar inesquecível lume!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 23/06/2013
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