O amor

17/05/06

Tão depressa chegastes

Como se a mando de Eros

Em silencio contente falastes

O que mais no mundo quero

O amor desprovido de razões

Sentir sem pensar

Sentir, não sabendo aonde chegar.

Ir a vestir-se de flores

Nos campos das canções

Amando o cuidado

Não dando ligança a rumores

Menos palavras, mais ações.

Aproveitar o momento amado

Deixar que o tempo traga as dores

Dar às mãos a sinceridade

Pisar o monótono

Ser criativo sem vaidade

Fazer-se uma ciranda de surpresas

Deixar o olhar falar ao corpo

E todo em atenção seja

Falta de atenção? Destrói o bem

É mister sentir que também

Beija-nos a sedutora visão

E de caricias loucas e sem fim

Mostra-se afinado gosto, assim

Como fosse tal qual uma boca

Na possibilidade do carinho

Instintos, amor, forças loucas.

Deixar-se solto ao olfato

Que bem marca a ocupação do ninho

Cada célula em seu espaço

Prazerosas de si, rainhas dominadas

Da intensa paixão que vem do tato

Afinar os tímpanos ao bem ouvir suspiros

Sussurros e demais temperos que saliva

O gosto, deixando-o apurado ao paladar.

O amor é a sensibilidade

Extrema aos órgãos dos sentidos

Que faz o ser especial, único,

Exclusivo.

---- --- -- Marcos Rosa