Zona de desconforto
Ideologias mortas
querem se enterradas..
e com elas tudo que ainda as prende
a este mundo.
E, se é tão necessário um funeral.
podemos até vestir-nos de luto...
e velar, por um tempo, em contrito silêncio..
Para, depois,respeitosamente,
"deixar que os mortos enterrem os seus mortos...
e seguir em frente respirando
com absoluta convicção
toda brisa nova que se desprende,
a cada nova decisão...
Se queremos mudanças
comecemos por nossa casa
vamos varrer o chão
limpar em nós, toda poeira
dos velhos dizeres...
Nada muda por si mesmo...
nós somos o motor
que limpa a terra
para que de novas sementes
brotem lindas flores...
Fora as promessas
sem sentido!
fora as palavras vazias!!
porque algo novo reluz
sem rótulos antigos...
E, prosseguindo,vamos resistir à tentação
de dar-lhe um nome da moda.
porque os nomes apenas corroem
tudo que está em mudança.
É essa fixidez que mata...
mas ilusoriamente a chamamos
de "terra firme" e "porto seguro".
puro engano de linguística.
Vamos, então, no embalo do amor
reconstruindo aos poucos
e a cada dia...
fazendo de tudo
uma séria brincadeira...
No momento, a zona de desconforto
é nosso melhor lugar.
Esse caos, onde de início
perdemos tudo...
Para depois, reencontrar.