TV

Deságua em mim

Toda a insanidade do momento.

A tempestade dos sentidos

Varre o suor dos meus poros.

- Respiro –

Mais uma vez, o último suspiro.

Tudo é tão intenso.

Mesmo quando não se espera nada

Nasce o silêncio.

E este, a perfurar os meus tímpanos

Com sua imensidão

Provocando, assim, todos os tipos de lembranças

E esquecimentos...

E faço-me vago

Sinto-me oco.

A babel pós-moderna

São as paredes do meu quarto,

São os ossos que formam o meu crânio.

Meu pensamento em linguagem

São símbolos.

O pensamento cotidiano

É miragem vendida na TV.

Delírio coletivo

Suicídio de ideias.

O instante propõe outra dose de cicuta...

Aperto o controle

Mudo o canal

O diálogo que ali se apresenta

Preenche o vazio da madrugada infinita.