O CAIPIRA

Como um grão de areia não pode se destacar

Na imensidão do oceano onde ele está

Assim sou eu vivendo na cidade

Sem ter felicidade, tentando me encontrar.

Como a andorinha que tão só não faz verão

Na imensidão do céu azul onde ela está

Assim sou eu enfrentando a solidão

Tão longe do meu sertão, preciso voltar para lá.

Como um sedento caminhando em terra seca

Sem água fresca no deserto onde ele está

Assim sou eu por caminhos tão selvagens

Meu sertão é o oásis, para minha sede saciar.

Como uma folha que caída ao relento

Será levada a qualquer canto pelo vento

Assim sou eu caminhando sem ter rumo

E assim não me acostumo, sufocando sentimento.

Como uma noite que passa sem a gente perceber

E vai ao encontro de um lindo amanhecer

Assim sou eu que passei despercebido

Mas o meu sertão querido, finalmente vou rever.

Ao chegar lá quero abraçar a natureza

Quanta beleza lá está a me esperar

Assim serei o verdadeiro eu

Um caipira tão feliz, que reencontrou o seu lugar.