Homem: o novo selvagem

Nessa selva urbana sinto imensa necessidade de ser fera, incompreensível vontade de também ser um selvagem. Não esconda-me as garras, todos nós sabemos da existência delas. Não puxe-me pela mão, não ponha teu casco imundo sobre mim... Já disse pra que não puxe-me pela mão, selvagem. Sou só e sozinho, levo-me para onde quero. E hoje eu não quero nada!

Minha sanidade? Ah, também não a quero. Sinto-me apto a fazer burburinhos em mim, confusa e incompreendida fera. Estou cercado de canalhas arrogantes que fazem sentir na pele a necessidade de também ser um canalha arrogante...

Sonhos? São vésperas da decepção. Não me venham com promessas! Não há mais solução. Nós vivemos esperando a hora do intenso trabalho dos restauradores da desgraça orgânica chamada homem.