Noite Negra e Inexata.

Oh noite negra, que me dizes teu breu?

Companheira ao vento gélido que sopra calado,

Não me negas um suspiro, dou-lhe tudo que é meu.

E te amo como que, me derreto enganado.

Confundes meu sentidos, ludibria meu ser,

Me corta as passadas do puro poder.

Em teus braços eu deito, e caio no sono.

Relaxo o meu fardo e pouso minhas mágoas.

Te converto te domo e navego em tuas águas,

És minha amante e eu sou teu mordomo.

Oh noite cantora de belas poesias,

Seu canto me nina em torpor sepulcral.

Ninfa promiscua, és virgem em orgia,

Me entrego a seus vícios feroz animal.

Me rendo aos teus: encanto e magia.

Não vendo em teus olhos reflexo do mal.

Me engana, me rouba e me mata

Me faz escravo me deixa perdido,

Me atormenta e exprime em todo sentido,

Buscando verdades, apela e maltrata.

Na lamúria do grito que ecoa e desata.

Sinto a dor eclodindo num gemido,

É o clamor sem desdém desse conflito,

Dessa noite incompleta e inexata.

Leones Silva
Enviado por Leones Silva em 15/08/2013
Reeditado em 15/08/2013
Código do texto: T4434983
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