UM MAR EM MINHA MÃO

As lágrimas lavam meu rosto

de ator deprimido,

de elemento sofrido

no romance das horas.

As ruas são frias e duras:

os inimigos me vigiam.

Quantos são?

Conto com os dedos da mão.

Os amigos me aplaudem

e, aos brados, celebram

a minha solidão.

E da solidão extraio

o sal

com que tempero

a mais recente criação.

Beto Carrasco
Enviado por Beto Carrasco em 10/04/2007
Código do texto: T444252