UM MAR EM MINHA MÃO
As lágrimas lavam meu rosto
de ator deprimido,
de elemento sofrido
no romance das horas.
As ruas são frias e duras:
os inimigos me vigiam.
Quantos são?
Conto com os dedos da mão.
Os amigos me aplaudem
e, aos brados, celebram
a minha solidão.
E da solidão extraio
o sal
com que tempero
a mais recente criação.