VENTOS LOUCOS
(*)
Vez em quando desalentado,
Traço minha vida
Com linhas do passado.
As portas quase se fecham,
Não me deixando ver
No presente que ora vivo,
Sequer uma fresta, uma saída.
Por que nesta hora triste
Minha cabeça insiste
Em remoer pensamentos,
Sobre um tema que não mais existe?
Às vezes eu chego a pensar,
Loucos são os ventos,
Que contrários insistem em ventar.
Não, a natureza não está louca,
Minha natureza é que precisa de concerto
E eu preciso rever cada conceito.
Devo abrir portas, olhos e boca.
Da lágrima solitária resta somente o sal...
Agora devo visualizar o real.
WalterBRios
SSABA 10/11/2006
(*) Walter BRios faleceu em 18/7/20013.
Desde então sua escrivaninha é atualizada e administrada por mim,
com anuência da família do poeta.