Quebrem as correntes

Os espelhos me apavoram.

Eles sustentam o monstro,

Que me dispuseram a ser.

No redor os olhos brancos,

Me ditam que nada sou,

Além de um ponto escuro no infinito.

Me jogam, me sangram,

Eu grito,eu choro.

Não escutam,eu morro.

Estou num aquário.

Espero que me comprem.

Mais não se admiram,

As cores não atraem.

Tento disfarçar.

Busco implorar a mim.

Mais não adianta.

O engano não apaga as luzes.

Então......matem-me.

Já que não estou no alto,

Eu não quero estar no escuro.

Dê-me as luzes,

Tirem-me daqui.

Tomam-me com piedade.

Acham que a quero.

Se enganam seus tolos.

Não me vejam como tal.

No fundo o horror me consome.

Eu só tenho palavras

Para o resto do mundo,

Todas elas anseiam em gritos.

No sufoco dos dias eu peço.

Dê-me a liberdade.