A,E,I,O,U DA SOLIDÃO

A solidão quando ataca

É uma arma que mata.

A vida pára, empaca,

A tristeza se instala.

Nessas horas de embate

É como um chicote que bate,

Que fere fundo, que arde,

Que se adona, que invade.

Melancólico, sem sorri

A vida passa e eu aqui

Acovardado sem ti,

Esqueço o que já vivi.

Só penso em ficar só,

Imóvel, garganta em nó,

Aprisionado sem dó,

A alma pesada, sem sol.

Solidão de peito nu,

Escura como o anu,

Carniceira igual urubu,

Mortífera jararacuçu.

HAMILTON SANTOS
Enviado por HAMILTON SANTOS em 14/04/2007
Código do texto: T449377