Dentro Do Tempo

Foram alguns dias na cidade de baixo

Chumbo, cobre e ouro, enormes pedras de mármore

Uma prisão de fogo

Dentro do tempo.

Minha mente era a rã

Estou sobre o casco da tartaruga

Ela me conduz ao esconderijo da onça

Lá chegando faremos parte dos tolos

O porco é o guia da província. O porco é o nosso rei!

Alcançamos o abismo, a embriaguez nos anima

Adornos embelezam a outrora feiura. Ouçam o pupilar!

O espírito moderno apossando-se de nós, o bode ejacula.

A gigantesca boca da cobra primordial

A sepultura.

Olhos azuis, verdes, castanhos,

Olhos quase negros. Eu vejo vocês!

O ciúme não tem olhos, mas diz que enxerga o amor.

Ele anda com pés de Homem e mãos femininas.

É irmão da desgraça e primo da miséria.

Vez ou outra acompanha os cegos em sua caminhada.

Minha estrela está quase invisível a olho nu.

Os ouvidos estão encantados com o ensurdecedor coaxar

E as pernas acostumadas com o passo

O animal feroz está a espreita, o pulsar do coração.

Os meus sonhos amanheceram e me deixaram dormindo

Dentro de uma imensidão de alegria e de dor.

O velho educou, o jovem agora ensina

Que a verdade é a renovação da mentira.

Fantásticos dias de ilusão.

O velho educou, o jovem agora ensina.

O Tio-avô ensaiou sexo com sua irmã

O filho transou com o filho de Sodoma

O adulto teve satisfação sexual com a criança.

Eu estive lá

Matei filhos e pais,

Queimei os demônios, esquartejei os animais

E me senti feliz.

Foram alguns dias na cidade de baixo

Chumbo, cobre e ouro, enormes pedras de mármore

Uma prisão de fogo.

Dentro do tempo.

Aúslo del Jimeno
Enviado por Aúslo del Jimeno em 29/09/2013
Reeditado em 29/03/2014
Código do texto: T4503622
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