Dentro Do Tempo
Foram alguns dias na cidade de baixo
Chumbo, cobre e ouro, enormes pedras de mármore
Uma prisão de fogo
Dentro do tempo.
Minha mente era a rã
Estou sobre o casco da tartaruga
Ela me conduz ao esconderijo da onça
Lá chegando faremos parte dos tolos
O porco é o guia da província. O porco é o nosso rei!
Alcançamos o abismo, a embriaguez nos anima
Adornos embelezam a outrora feiura. Ouçam o pupilar!
O espírito moderno apossando-se de nós, o bode ejacula.
A gigantesca boca da cobra primordial
A sepultura.
Olhos azuis, verdes, castanhos,
Olhos quase negros. Eu vejo vocês!
O ciúme não tem olhos, mas diz que enxerga o amor.
Ele anda com pés de Homem e mãos femininas.
É irmão da desgraça e primo da miséria.
Vez ou outra acompanha os cegos em sua caminhada.
Minha estrela está quase invisível a olho nu.
Os ouvidos estão encantados com o ensurdecedor coaxar
E as pernas acostumadas com o passo
O animal feroz está a espreita, o pulsar do coração.
Os meus sonhos amanheceram e me deixaram dormindo
Dentro de uma imensidão de alegria e de dor.
O velho educou, o jovem agora ensina
Que a verdade é a renovação da mentira.
Fantásticos dias de ilusão.
O velho educou, o jovem agora ensina.
O Tio-avô ensaiou sexo com sua irmã
O filho transou com o filho de Sodoma
O adulto teve satisfação sexual com a criança.
Eu estive lá
Matei filhos e pais,
Queimei os demônios, esquartejei os animais
E me senti feliz.
Foram alguns dias na cidade de baixo
Chumbo, cobre e ouro, enormes pedras de mármore
Uma prisão de fogo.
Dentro do tempo.