A PRAÇA

uma puta solerte a míngua

um cão;

um homem feio e desajeitado à porta do banheiro público

procurando algo nos bolsos rotos

mendigos

a igreja imponente com seus três séculos

e um pouco mais sob o sol franzino e o vento preguiçoso

da manhã de sábado

transeuntes

a efígie de pedra sempre austera

o tempo

policiais

a banca de jornal

um efebo que pede informações aos desconhecidos;

bancos vazios

a garota que sempre me sorri seu sorriso núbil pós adolescente

as lojas

um guarda-chuvas quebrado esquecido no cesto de lixo

e eu, meu café; a vida por um instante aprisionada

nas letras

Morpheus