EROS

EROS

O amor é lugar comum, por isso belo

É prá qualquer um, de tão singelo

Escapa ileso quem não o vê

Mal perece para, fênix renascer

É feito um brinquedo enjoado

Pérola prá outrem assim que achado

Machuca, fere, mata sem dó

Abraça e aquece o que está só

Amargo dissabor tão decantado

Segue unindo vidas todo dia

Como se Alguém maior com alegria

O semeasse com eterno cuidado

É flor que se abre em meio à rocha

É chama que queima mas aquece

É semente que teima e não fenece

É cinza que cega depois tocha

O amor é maior que o grande mar

Pois leva de uma vez sem devolver

Mata sem tocar o outro ser

Faz sofrer pelo outro respirar

Mais alto que a maior montanha que existir

Destrói como o pior dos acidentes

Pois consegue apagar sem extinguir

Ceifa vítimas a esmo , inclemente

Difícil de escrever pois é vivido

Cruel em seus açoites, impiedoso

Jacta-se de feliz o envolvido

Rouba as noites ao desditoso

Sem ele os poetas morreriam

De frio sobraria pouca gente

Pena, pincel, harpas calariam

A natureza e seus sons seria silente

Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 28/10/2013
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