Encerrada em mim mesma

Madrugada fria, silêncio nas ruas,

No meu quarto de paredes amareladas

Não há nada além dessa criatura

Sem azáfama, cheia de tristuras,

Com alma entediada.

Um corpo que perdeu sua pintura.

Encerrada em mim mesma

Nada mais parece existir.

Já não evoco alegria, serei seresma?

Ah! Se eu pudesse introduzir

Nesse meu corpo de lesma

O desejo de parir...

Novas emoções,

O ardor da paixão,

O fogo dos vulcões,

Desse mal, a isenção!

Despertar em comoções...