Na vitrola toca um Pink Floyd

Embriagada de uísque muito caro,

carente de sonhos e um bom sarro,

sigo a vida de encontro à morte.

No silêncio dos dias, à deriva,

Vejo a alma tão frágil e sentida

por nada que sabe ou que pode

deitada sobre um tapete escuro.

Pelas estrelas, na noite procuro;

e na vitrola toca um Pink Floyd.

A quietude noturna me incomoda,

e a inquietação me transborda

de uma emoção que arde, morde

por sobre a pele maltratada

de tanta decepção acumulada

e nenhuma ideia que conforte.

Vejo-me uma sombra soturna:

diante de mim, a aura noturna

e na vitrola toca um Pink Floyd.

Transpasso a noite numa agonia

de ser Madalena e também Maria

(não que isso lá me incomode!)

Rasgo-me na dolorosa saudade

que no peito cansado me invade.

Deixo a memória dele à sorte

do meu viver e também morrer.

Lá fora, desponta o amanhecer

e na vitrola toca um Pink Floyd.

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 02/11/2013
Código do texto: T4552626
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.