FUNERAL
Mataram o poeta
Lentamente...
Inexoravelmente lento...
Quem matou o poeta?
Não importa
O que importa agora
É que ele está inerte...
Nem pode ver
O seu último poema
Quem vê a carcassa inútil
De este poeta passar
Jamais imagina que outrora
Essa carcassa foi um poeta
Nem o que lhe vai ao íntimo
É como uma tora de madeira
Levada pela correnteza
Uma folha solta
Ao vento....
Morreu o poeta
sem um funeral decente
Morreu como um indigente
Seu coração frágil como
As pétalas de uma flor
Não suportou o mal do amor....