FUNERAL

Mataram o poeta

Lentamente...

Inexoravelmente lento...

Quem matou o poeta?

Não importa

O que importa agora

É que ele está inerte...

Nem pode ver

O seu último poema

Quem vê a carcassa inútil

De este poeta passar

Jamais imagina que outrora

Essa carcassa foi um poeta

Nem o que lhe vai ao íntimo

É como uma tora de madeira

Levada pela correnteza

Uma folha solta

Ao vento....

Morreu o poeta

sem um funeral decente

Morreu como um indigente

Seu coração frágil como

As pétalas de uma flor

Não suportou o mal do amor....

Joban
Enviado por Joban em 20/04/2007
Código do texto: T456807