Despedindo da Saudade

Vou sair a noite

irei só e de preto

vou beber o sereno

fumar a neblina

dobrar a esquina

calçar escuridão.

Vou errar o caminho

cabelos em desalinho

embriagada de chão

voltarei pela calçada

entrarei pela madrugada

de boca pintada

com gosto de vinho

na face marca de mão.

Amanhecerei cansada

ao pé da escada

deixarei despetalada

a tal razão.

Adeus saudade

que o vento te leve

pesada me era

te nego o perdão.