É chegado o momento de dizer adeus
O relógio que girava em sentido contrário
Resolveu parar.
Estrelas que me iluminavam,
Deixaram de brilhar,
Talvez para sempre...
Preciso de um tempo,
Um lugar para respirar.
Depois de muitos anos,
Resolvi abrir o coração
Na intenção de deixar o vento levar
Todos os desalentos que me constituem...
É direito do ser humano
Querer mudar.
Vou entrar nessa “aventura”
Com total insegurança,
Mas vou arriscar!
Vou trocar a escuridão pelo vazio.
Poderá ser um bom negócio,
Pois a partir de hoje
Poderei enxergar o chão que piso.
Depois de tanto chorar por estrelas,
Senti o quanto meus olhos estavam cansados,
Senti o quanto meu coração estava debilitado...
Agora por questões de sobrevivência
Preciso dizer adeus...
Minha sombra segue silenciada,
Sente vergonha das inseguranças,
Medos e fracassos que carrega...
Com isso conclui que não passo
De uma criatura pensante,
Amedrontada, desnorteada...
Após a leitura desse texto,
Muitos vão concluir
Que sou louca, revoltada,
Ou simplesmente alguém
Que na falta do que fazer
Rouba os espaços em branco
De uma folha qualquer...
Outros que se identificarão,
Ou ao menos compreenderão
O verdadeiro significado dessas palavras
E também dos espaços
Existentes entre elas...
Fiquei perdida entre essas palavras,
Mas antes de me perder
Descobri algo lamentável:
O tempo que une
É o mesmo que afasta.
A presença que um dia me fez sorrir
É a mesma que hoje me força a escrever e chorar...