O poeta e o vinho

O poeta e o vinho

O poetastro assenta, com papel na mão

Da indumentária suja ele tira uma pena

Com um odre de vinho junto ao lampião

Preenche o vazio com seu novo poema

Frases belas, sem significado

Palavras ao vento ele lança amiúde

Abre o seu vinho o poetastro calado

Ansiando triste por um ataúde

O espocar da rolha solta a inspiração

Aduba a mente infértil, torna o peito cálido

Palavras simples, mas cheias de emoção

Escreve o poeta pela vida ávido

O odre esvai-se paulatinamente

Inflamando a paixão, iluminando o caminho

O poetastro, corcel errante

O cavaleiro, o odre de vinho