Palavra morta

aquele amor que passou

e um dia foi embora

as vezes bate à minha porta

e entra só pra buscar

alguma coisa esquecida.

um livro,um lápis, um clips,

um bloco de anotações...

ou a moeda perdida

que rolou debaixo da mesa.

e, entrando sem pedir licença

olha-me, meio sem graça

como se quisesse completar

o poema que deixou sem rima...

e,meio tonto e sem rumo

passeia pela sala...

ostentando um meio sorriso

ensaiando meias desculpas

procurando aquela palavra gasta

que jamais vai fazer efeito.

é, falecido amor...agora não tem jeito.

és o que és, sou o que sou...

e tudo que possas ter esquecido aqui

seja o livro, a moeda, o clips,

as anotações com data vencida

não têm mais aquele poder

de provocar frêmito em minha alma.

são objetos frios,mudos e inúteis

como aquela única palavra,esquecida.

Mareluz
Enviado por Mareluz em 23/11/2013
Reeditado em 09/08/2016
Código do texto: T4582936
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