Palavra morta
aquele amor que passou
e um dia foi embora
as vezes bate à minha porta
e entra só pra buscar
alguma coisa esquecida.
um livro,um lápis, um clips,
um bloco de anotações...
ou a moeda perdida
que rolou debaixo da mesa.
e, entrando sem pedir licença
olha-me, meio sem graça
como se quisesse completar
o poema que deixou sem rima...
e,meio tonto e sem rumo
passeia pela sala...
ostentando um meio sorriso
ensaiando meias desculpas
procurando aquela palavra gasta
que jamais vai fazer efeito.
é, falecido amor...agora não tem jeito.
és o que és, sou o que sou...
e tudo que possas ter esquecido aqui
seja o livro, a moeda, o clips,
as anotações com data vencida
não têm mais aquele poder
de provocar frêmito em minha alma.
são objetos frios,mudos e inúteis
como aquela única palavra,esquecida.