Meus escritos, pelo tempo amarelados,
dormem na gaveta  inacabados.
São palavras escritas em vão,
relatos dum poeta em transpiração.

Num canto da sala a mesa empoeirada,
 gavetas  abarrotadas, seladas,
Segredam as dores do poeta entristecido,
Recluso, transpirado, reprimido...

Pensamentos revelados à espera
Da mão artesanal que há muito venera,
O desejo de transformar essa mistura,
Em poema, com voz e alma de criatura.

Não há mais quimera nem tinta na caneta,
O olhar de poeta que voava tal qual borboleta,
Agora cabisbaixo, não voeja nem devaneia.
Acorda poeta, não se deixe morrer nessa teia.

Há tanta beleza a ser cantada em versos,
O céu, a lua, o mar e todo esse Universo,
Até o arrebol, de vergonha enrubesceu,
Pois dele, você também se esqueceu!