Grosseria
Eu escreveria um Ode aos teus pelos arrepiados:
essa força determinada a ventura de sua alva pele, cheia das benditas manchinhas de sol.
Eu escreveria tantos sonetos à fonte clara de seus olhos,
às pálpebras delicadas que recobrem seu fatal fascínio.
Eu seria o poeta impregnado em cantar as surpresas de cada amanhecer em suas curvas,
tão supremas à esta caligrafia grosseira.
Eu rabiscaria em suas costas todos aqueles ingênuos versos que não descansam seus ouvidos de musa.
Eu transbordaria em verso, prosa, fé e pagã oração,
contaria cada passo, cada dobra,
sem jamais principiar a simples beleza das suas cochas nuas.
A beleza rude da minha ingrata boca em seu dorso limpo.