Alienação

Agradeço à queridíssima poetisa REGINA COSTA, pela honra de conceber o título deste singelo texto.

Reparte o pão ó meu irmão

Que o bolor já o consome

Tem gente de amor carente

Tem gente passando fome

Há fome de qualquer tipo

Espalhando na dor raiz

Fármacos te adormecendo

Ilusão de um dia feliz

É majestoso o teu castelo

E do nababo ainda desfrutas

Olha o rato no meu pomar

Esperando colher as frutas!

A providencia não é divina

O que é do hoje não mais espera

Época vindoura de fruto podre

Pelas entranhas te dilacera

Não cuide dessas feridas

E os anais te dirão seu preço

As pústulas quais tu inflama

Do pus mancharão teu berço

E não pense estarem a salvo

Os jardins do teu domínio

As daninhas além-plantadas

Florirão no teu condomínio...

Ah! Doce e sacra liberdade

Assim clamas por ela vão

Se te restas solidariedade

Rompeis estas amarras então

Ou prisão agora sem muros

Te Fará refém no medo em ti

Carregas o fruto na alma

Tanto faz aqui ou ali.

O mundo para ti será a cela

Aldeia global de gemidos

A semente do ópio prospera

Verás quando for consumido

Velho mundo palco de amores

Ocidente civilizatório ungido

Capitólio, cristandade, bolores

De além-mar partiu o zumbido

Munido da vã mesquinharia

Não dividira o pão do saber

Prática que hoje em ti vejo

A tentar se agarrar no poder

E não falo de única classe

Nem da prática modernidade

Se Uomo e gigante tu fosses

Não matarias em ti a humanidade

Pois homem nasceste e homem serás

Até que te consumas na imensidão

Ameniza a dor que agora não sentes

Com os carentes: divide o pão ó meu irmão!

Adriano J Santos
Enviado por Adriano J Santos em 22/12/2013
Código do texto: T4621859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.