Incógnita

Lúcido desejo.

Ansejo de seu beijo,

Que nunca será meu.

Quem foi que inventou

Essa tal da paixão,

Que nunca me fez bem?

Nem menos solidão.

Por que então?

O que é que se ganha

Ao iludir um coração?

Fantasia, imaginação.

E já fora algo a mais?

A razão, antes sagaz

Não mais ousa se meter.

E porque o faria?

Se ao fim da luz do dia,

De nada vale o seu saber.

Na madrugada fria,

Quem não dorme é o coração

Que não se cansa de escrever.

Pedro Alencar
Enviado por Pedro Alencar em 27/12/2013
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