DAS CONTINUAÇÕES
Eu continuo acordando cedo.
E continuo dormindo tarde.
Eu continuo atrasando minhas contas.
E continuo devendo em algum banco por aí.
Eu continuo tomando meus tragos
E continuo fumando meus cigarros.
Eu continuo folheando as páginas de um livro
cuja história eu não quero que acabe.
Não posso parar, pois existem sempre janelas
que não podemos fechar, e por elas
sempre entram algum vento intruso que podem virar
as páginas diante de nossos olhos.
Eu nunca esperei a sorte grande do destino
Mas também não me humilho diante dele
por algumas esmolas. Ele não me deve nada.
Aliás, não deve nada a ninguém.