CARTA AO MEU AMOR
Fantasiei o amanhecer do dia seguinte
Seria lindo desde o alvorecer
A passarinhada se agitando nos ninhos
O perfume de orvalho adentrando pelo quarto
Tu, ali, bem ao meu lado, com um beijo sendo acordado.
Um café saboreado entre beijos e a cama em desalinho...
A magia da noite estendia seus braços ao novo dia...
Mas o açoite aconteceu
As chibatas impiedosas me atingiram
Deixaram marcas que o tempo não apaga
Ainda hoje sinto o teu cheiro
A dor e a mágoa não me querem abandonar...
Foste embora feito bandido
Só um bilhete de despedida na mesa ficou.
Entreguei-me tão profundamente, tu também
Fomos completos e tão ardentes
Por que te foste sem me acordar?
De que tens medo, por que não mais voltar?
Sei que me amas, que ainda me queres...
Aqui estou a te esperar.
Carmen Rubira – Abril, 2007.