HERAS DANINHA

Era pequeno ruído, tímido, quase imperceptível.

Foi chegando sutil e se infiltrando,

Se movendo entre os fluidos,

Em lugares que se desconhecem, entrava saía,

Tivesse cor, tivesse aroma ou sabor, Tocar-te teia.

Todavia, o deixava ficar...

Foi assim na mente, e no seio o protegia,

Onde se postou nasceis, ficou, cresceu arredio!

Viçoso para ser flor abriu,

Floriu donde dor não refletia...

Ao menor movimento que fosse o ressonar

Sua presença radiava, estremecia, ardia...

Outro sentir foi gerando, ansiedade chegando.

Enquanto alguém se perdia,

O domínio da boca se ia... Hera dele, o ar da vida...

Certo dia saltou distante!

Já não cabia mais ali...

“Quando tudo se fez ver, e descrer,

Fez também chorar quem tanto lhes sorria”.

Então, sentiu-se em vão, no peito um vagão,

Sentou-se em seu chão recolhendo os ais navegantes

Medicou-os com seus mantras e os guardou na alma.

E partiu...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 09/02/2014
Reeditado em 09/02/2014
Código do texto: T4684630
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