HERAS DANINHA
Era pequeno ruído, tímido, quase imperceptível.
Foi chegando sutil e se infiltrando,
Se movendo entre os fluidos,
Em lugares que se desconhecem, entrava saía,
Tivesse cor, tivesse aroma ou sabor, Tocar-te teia.
Todavia, o deixava ficar...
Foi assim na mente, e no seio o protegia,
Onde se postou nasceis, ficou, cresceu arredio!
Viçoso para ser flor abriu,
Floriu donde dor não refletia...
Ao menor movimento que fosse o ressonar
Sua presença radiava, estremecia, ardia...
Outro sentir foi gerando, ansiedade chegando.
Enquanto alguém se perdia,
O domínio da boca se ia... Hera dele, o ar da vida...
Certo dia saltou distante!
Já não cabia mais ali...
“Quando tudo se fez ver, e descrer,
Fez também chorar quem tanto lhes sorria”.
Então, sentiu-se em vão, no peito um vagão,
Sentou-se em seu chão recolhendo os ais navegantes
Medicou-os com seus mantras e os guardou na alma.
E partiu...