Esperando o outono...

Se, agora, não podes dizer tudo que espero

derramando água cristalina sobre meus versos escaldantes

se não podes ser gentil, terno ou compassivo.

Deixe todas as mentiras pra quando o outono vier

quando uma brisa há de tornar tudo mais suave

e a beleza da paisagem, refrigério para a alma.

Se não podes abandonar esse impulso de caminhar

por toda extensão do árido deserto,

só pra chegar ao oásis que eu criei pra mim.

E,aqui chegando, beber toda água que ainda me resta.

Depois consumir meu alimento, sem pedir licença....

Se não podes evitar tudo isso...

ao menos deixe-me ficar aqui em silêncio

esperando dias mais amenos...

Porque uma só palavra tua pode ser fagulha

incinerando os mais profundos sentimentos...

Deixa-me agora conservar, então,

tudo que agora tenho em mim, de bom ou de mau.

E quando vier a nova estação

tuas mentiras soarão como poemas...

que escreverei nas páginas de meu caderno

entre inofensivas folhas mortas...

Mareluz
Enviado por Mareluz em 11/02/2014
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T4687212
Classificação de conteúdo: seguro