Pensamentos perdidos!

Olho-me no espelho,

Não sei mais quem sou.

Já não me reconheço.

Sou uma estranha infeliz,

Que se perdeu

Na confusão alheia.

O gosto acre do ódio

Na minha boca se instalou.

Meu maxilar trava,

Quando a cabeça quer explodir.

Confiar é impossível,

Os pensamentos fugiram do meu controle.

Meus músculos enrijem-se,

Quando há uma aproximação.

Todos os pensamentos bons,

E as boas lembranças se foram,

Me restou o ódio.

O prazer? ah esse se perdeu,

Deu lugar a uma farsa,

Ou a um momento de completa

Manipulação dos sonhos oprimidos.

Tenho vontade de correr para bem longe,

A felicidade escapou de mim.

No meu semblante duro,

Se instalou um cansaço.

Meu peito queima,

E os sentimentos se confundem.