Lux Gueto
À alma, branca com manchas:
Sabe o quão delicado és
Guardar os formosos pés
Vai! Com sorte sem revés
Pisar em suas próprias lamas
Pensar que calejado eu
Sabia de mais um pouco
Pequei no estilo barroco
Fiz do gato um sapato-de-judeu
Sou o resto do que não morreu
Chega mais coração, chega de engano
Um dia glorificou o profano
Se não tem por onde esconder
Porque não foi se entardecer?
Se cubra então neste grosso pano
Meu espírito, frio e sedento
Busca ser um gerador de luz
Mas hoje é habitante do gueto
Guardai este pobre esqueleto
Para calcificar em sua Cruz.