Lux Gueto

À alma, branca com manchas:

Sabe o quão delicado és

Guardar os formosos pés

Vai! Com sorte sem revés

Pisar em suas próprias lamas

Pensar que calejado eu

Sabia de mais um pouco

Pequei no estilo barroco

Fiz do gato um sapato-de-judeu

Sou o resto do que não morreu

Chega mais coração, chega de engano

Um dia glorificou o profano

Se não tem por onde esconder

Porque não foi se entardecer?

Se cubra então neste grosso pano

Meu espírito, frio e sedento

Busca ser um gerador de luz

Mas hoje é habitante do gueto

Guardai este pobre esqueleto

Para calcificar em sua Cruz.

Fernando Sergio
Enviado por Fernando Sergio em 21/02/2014
Código do texto: T4700010
Classificação de conteúdo: seguro