Mazela familiar
Sempre fui marginal
E como a cal
Manchei o que determina a prole
Quando pequeno ouvia
Em casa
Insultos forjados.
Muitos profetizavam
O esquerdismo de minha vida.
Muitas preces pelos cantos ecoavam
Para eu me ajeitar:
Manco, muitos me viam
E sempre saí mal
No retrato do álbum de família.
Hoje sou para eles poeta.
Poeta é artista,
Podendo se despir dos onomásticos
E fluir do breu à luz.
Disperso continuo à margem
Construindo minha história.