Ode to me
Quem sou eu
Se não um lapso de tempo
Uma janela desocupada
Sem amigo a fazer serenata
Um pó que se perde no vento
Quem sou eu
Além de um acômodo ambivalente
Um jovem insolente
Um reflexo de nada
Quem devo ser
Se não mais um
Tão igual e comum
Liquefeito quase
Ouvi ou li hoje
Em algum lugar
Que se pode pensar
Sem freios
Penso em ladeira
Descontrolada metafisica
Dá voltas e voltas parada
Como um cão que persegue o próprio rabo
Quem sou eu
Vinte minutos de qualquer coisa
O amor eterno de alguém
Frouxo e líquido
Como diz Bauman
Com olhos famintos fito
Uma vontade já passada
Quem sou
Forma antiquada
Métrica atrasada
Desinteressantes dez versos de fatalidade
Sou micro poderoso
Corrupto
Me suborno e me vendo
A lança em meu calcanhar
Foi forjada por mim
Sou um adestrador
Domestico meus monstros
Que se alimentam sem fim
Sou a infelicidade de Platão
Sei que sou.
Aquele que na presença do presente de alguém
É passado supremo, total, onisciente da própria fonte da juventude
Aquele que ali, não existiu.
Não importou.
E por fim sou aquele que sempre vai buscar
De algum forma, de algum jeito
A custas da carne, do sangue e de si,
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