Persistência (Parte I)

Fechada numa redoma

de vidro, ficou esperando

o tempo retroceder...

E os ciclos se alternavam

mas os pefumes de outrora

negavam-se a inebriar os sentidos.

Nuvens róseas, etéreas,

as rimas apaixonadas

morriam nas primeiras tentativas

de sobrevivência.

Mas, cega e surda, insistia e persistia

fosse noite ou dia

quanto mais lhe parecia impossível..

A respiração suspensa de incredulidade.

a mesma sensação incompleta de felicidade.

"Romantismo ainda existe, pensava".

Mesmo quando a vida lhe mostrava

que era mentira...

"É coisa do passado

se é que um dia existiu..."

susurravam-lhe seus antepassados

e todos os sonhos mortos de todos que sonharam.

sempre ficavam presos nos poemas

nos livros amarelados pelo tempo

pairando entre os seus desejos e a realidade.

"Ninguém amou de verdade

Ninguem foi feliz....

Mas, eu serei, insistia"

E quanto mais se fazia impossível

mais sonhava....

Mareluz
Enviado por Mareluz em 07/03/2014
Reeditado em 07/03/2014
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