Persistência (Parte I)
Fechada numa redoma
de vidro, ficou esperando
o tempo retroceder...
E os ciclos se alternavam
mas os pefumes de outrora
negavam-se a inebriar os sentidos.
Nuvens róseas, etéreas,
as rimas apaixonadas
morriam nas primeiras tentativas
de sobrevivência.
Mas, cega e surda, insistia e persistia
fosse noite ou dia
quanto mais lhe parecia impossível..
A respiração suspensa de incredulidade.
a mesma sensação incompleta de felicidade.
"Romantismo ainda existe, pensava".
Mesmo quando a vida lhe mostrava
que era mentira...
"É coisa do passado
se é que um dia existiu..."
susurravam-lhe seus antepassados
e todos os sonhos mortos de todos que sonharam.
sempre ficavam presos nos poemas
nos livros amarelados pelo tempo
pairando entre os seus desejos e a realidade.
"Ninguém amou de verdade
Ninguem foi feliz....
Mas, eu serei, insistia"
E quanto mais se fazia impossível
mais sonhava....