À Minha Morte

Quando chegar, venha mansamente

Entre sem bater e se apresente.

Estarei a sua espera

Sem temor e sem quimera -

Vertigens frágeis sem qualquer razão.

Me diga “vamos ?” e direi “pois não!”.

Vivi amores e proveis sabores

Pois, de seus favores

Tive a mesa farta.

Assim sendo, se quiser que eu parta

Vista a negra veste

E se manifeste.

Traga seu sorriso lindo, rico em majestade;

Não a face cinza feito tempestade.

Pois se chego ao negro Hades,

Saciarei minhas rubras vontades.

E se chego ao verde-Azul dos Elisios,

Passarei a chá de lírios e em meus delírios

Seguirei um marlin azul

Rumo ao mar do sul.

E se chego ao branco nada,

Esquecerei.

Como convem a qualquer coisa inanimada.

O Espelho
Enviado por O Espelho em 02/05/2007
Reeditado em 08/02/2008
Código do texto: T471885
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