POEMA  RUDE

Que quer o mar conseguir de mim?
Extrair-me humores,colocar-me à prova 
Matar o erotismo e subtrair-me as horas 
Ao transformar-me em pedra,areia , fim?


Que quer a alma, esse sopro efêmero
Voz embargada ,grito sem acolhida
corpo que se despe e se curva
Aos instintos puros de amor e vida?

Que quer de mim o passar do tempo
As marcas na pele, olhos que enrudecem
Que choram e sangram, posto que vivem
E desafiam as horas que  embrutecem?

Que quer de mim o espaço que habito
Sombra da noite sem qualquer alento,
Que me instiga mêdo, muro , desafio
Como barco à vela em mar de sentimento?

Querem de mim o riso libertador?
Ou a esperança verde em terra árida?
Sou apenas poema  rude, nascido do asfalto
que desafia a morte, o não e a dor.


Marcia Tigani_ março 2014























































































































































































































































MARCIA TIGANI
Enviado por MARCIA TIGANI em 09/03/2014
Reeditado em 18/04/2014
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