À Margem
Filhos, filhas - seus pais estão mortos.
Pai, mãe - seus filhos estão mortos.
Irmãos - suas irmãs estão mortas.
Irmãs - seus irmãos estão mortos.
Amigo - seus amigos estão mortos.
Amigos - seu amigo está morto.
Todos enterrados
À margem do lago do conhecimento.
Estão todos sepultados
Em meio ao que é curioso.
Morreram de sede infinita,
e de fome ainda maior.
Pobres mortais, eu e você!
De repente o coração pode parar,
e você se torna parte desse número!
Todo ser que nasce - tem sombra,
e a morte é certa.
A terra gira em torno de si, nós sentimos!
O amor e o ódio, e algo inexplicável;
O feio e o belo, e algo inexplicável;
O jovem e o velho, e algo inexplicável;
O homem e a mulher, e algo inexplicável;
Você e eu e algo inexplicável.
Sinto-me só!
Irei cultivar peixes para que eles me adorem,
E á noite podermos conversar:
As coisas que não sei, e sobre tudo que não entendo;
Eu quero lhe falar, Escute -
O pulsar do coração, o som, o trovão!
Eu quero lhe mostrar, assista -
O céu, a si mesmo, o mar!
Sim, há lágrimas e sangue.
Isso, talvez seja importante
Para que se descubra um mundo suspenso
E que você está vivo.
O amor é o esconderijo da eternidade,
Não tenha medo, vamos nos amar.