Na névoa do cigarro
Na névoa do seu cigarro
Vi um rosto tenebroso e sombrio
Sobre a mesa um copo com uísque
E na sua face lágrimas que corriam
Procurando o leito do rio.
Ainda sim sua bebida estava colorida
Inerte não contava nada da sua vida,
Apenas abraçava o gelo
Que ia lentamente se derretendo
Feito o seu ar de desespero.
Contei alguns segundos do seu soluço
E junto a ele caía de bruços
Tomando os próprios braços como apoio.
Pensei até em fazer apelo
Fiquei ali bem próximo
Olhando tudo,
Sem entender o motivo
Permaneci mudo.
Quantas bitucas havia pelo chão
Talvez naquele peito vago imperfeito
Seria uma paixão?
Ela passava essa sensação.
Encontrei um quadro composto
Mulher uma mesa, tristeza e solidão
Gelo dissolvendo,
Alguém sofrendo água minando
Mágoa incolor ou distúrbios impulsivos
É o amor.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com