Vivendo...

Aprendi a caminhar sozinha, no dia ensolarado ou na noite escura.

Na solidão, plantei a força que me ampara e que me serve de escudo.

Não saio desarmada, um sorriso, um ar irônico ou um carinho, sempre posso sacar.

Já plantei todo tipo de semente, já tive colheitas férteis e outras estéreis, continuo plantando.

De salto agulha ou de rasteirinha, não me preocupo mais em agradar qualquer um.

Posso me cansar na subida da ladeira, mas uma hora a visão que terei será maior que o cansaço.

Nem sempre escapo da dor, mas ela não me paralisa mais, tenho fôlego forte para anulá-la.

Paredes não me aprisionam, são refúgios para os dias de chuva e para libertar minha alma livre.

Nunca serei velha o bastante, dou piruetas e brinco de esconde esconde a qualquer hora do dia ou da noite.

Mesmo que eu morra, já escrevi meus melhores capítulos, no anonimato do viver.

Angela Leite
Enviado por Angela Leite em 15/04/2014
Código do texto: T4769595
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