Vivendo...
Aprendi a caminhar sozinha, no dia ensolarado ou na noite escura.
Na solidão, plantei a força que me ampara e que me serve de escudo.
Não saio desarmada, um sorriso, um ar irônico ou um carinho, sempre posso sacar.
Já plantei todo tipo de semente, já tive colheitas férteis e outras estéreis, continuo plantando.
De salto agulha ou de rasteirinha, não me preocupo mais em agradar qualquer um.
Posso me cansar na subida da ladeira, mas uma hora a visão que terei será maior que o cansaço.
Nem sempre escapo da dor, mas ela não me paralisa mais, tenho fôlego forte para anulá-la.
Paredes não me aprisionam, são refúgios para os dias de chuva e para libertar minha alma livre.
Nunca serei velha o bastante, dou piruetas e brinco de esconde esconde a qualquer hora do dia ou da noite.
Mesmo que eu morra, já escrevi meus melhores capítulos, no anonimato do viver.